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Corpo e pensamento

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Lucrécio sobre a morte

Muitas vezes os homens, se recli-nando, empunham taças e cobrem as têmporas com coroas, dizendo: "Breve é este fruto para os pobres mortais, rapidamente terá passado e nunca mais pode ser chamado de volta!" Como se o pior mal a temer na morte fosse uma sede ardente abrasar os infelizes ou existisse o desejo de qualquer coisa. Ninguém, com efeito, sente falta de si e da vida quando o corpo e a mente repousam juntos adormecidos. A morte, portanto, nada tem a ver conosco. (De rerum natura III 830-920)

Não será prolongando a vida que poderemos subtrair um só instante ao tempo da morte, para abreviar talvez o tempo em que estaremos mortos. Por isso, ainda que queiras somar séculos de vida, mesmo assim, porém, a tua morte continuará a ser eterna. E aquele que morreu hoje não deixará de existir durante menos tempo do que aquele que faleceu há muitos meses e anos. (De rerum natura III 1087-1094)



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